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Origem dos Mbundu (Kimbundo)
Origem dos Mbundu (Kimbundo)

<img src= O primeiro antepassado dos Mbundu, Ngola Mussuri, vivia em Tandjimi Milumbu, região próxima do alto Zambeze. O povo de Ngola era caçador e guerreiro que fundia o ferro para as suas flechas, e só usavam armas de madeira e pedra. Um dia Ngola decidiu deixar a sua terra. Destruiu o acampamento e partiu em direcção ao mar para o oeste. Ao longo do caminho deixou grupos que se fixaram e fundaram aldeias.

Quando atingiu o Kuanza seguiu o seu curso até à costa de Luanda. Durante muito tempo Ngola fixou-se na planicie de Luanda. Equanto aí esteve encontrou o povo de Bembo Calamba, um ferreiro, que viera para Luanda com seus homens e gados. Ngola Mussuri aprendeu como se fundia e forjava o ferro, e como se faziam panelas e se tecia. A mulher de Bembo Calamba, Ngombe-dia-Nganda, ensinou ao povo de Ngola a agricultura e a criação de Gado.

Os homens de Ngola casaram com as filhas de Ngombe, que foram as mães dos clãs mbundo. Ngola Mussuri começou a trocar os instrumentos de metal por comida. Quando uma grande fome atingiu os Mbundu ele compartilhou a sua riqueza, e em agradecimento o povo tornou-o rei. Mussuri casou com uma mulher Ngana Inene, que não teve filhos mas teve filhas, Nzunda-dia-Ngola, Tumba-dia-Ngola e uma terceira cujo o nome se ignora.

Quando Mussuri envelheceu, foi morto por um escravo ambicioso que se apoderou do seu reino. Mas tarde, contudo, a filha de Mussuri, Nzunda, retornou os seus direitos e governou os Mbundu. Quando ela morreu sem filhos o poder passou para o marido da sua irmã. Ele era um grande caçador e guerreiro chamado Ngola Kiluanji Kia Samba. O filho deste caçador, também chamado Ngola Kiluanji, fundou a dinastia dos Ngola, que governou o nascente reino do Ndongo no século XVI.


  • Recuros Alimentares no Ndongo.

A região à volta da Capital (A-ngoleme) do Ndongo foi descrita como sendo fértil e populosa. Numerosas palmeiras forneciam vinho, óleo, e frutos, bem como materias de construção para  casas e acampamentos. Enquanto os homens estavam na guerra, as mulheres ocupavam-se no cultivo de terra e pastando gado, porcos, cabras, carneiros, cãs e galinhas. As principais colheitas eram milho miúdo, feijão, inhame, rábanos e eventualmente bananas. Eram muito apreciados ovos e o mel mas o leite não era usado. Caçavam pássaros, lébres, ratos, cobras, hipopótamos e crocodilos para a sua alimentação, mas a pesca parece ter pouca importância. Realizavam em todo país mercados diários para a troca de produtos alimentares. A moeda aceite no Ndongo era o Sal-gema. Este sal era trazido das minas de Kisama em quadrado de três pálmos de largura. Com três deles comprava-se uma cabra e 14 ou 15 eram o preço de um boi ou vaca. Seis galinhas ou três galos, eram vendidos por um bloco de sal.

O acampamento onde Ngola vivia era grande e complexo com uma paliçada exterior de árvores e palmeiras plantadas com pequenos intervalos e ligados por ramos. O primeiro pátio era usado quando rei recebia os seus súbditos ou quando ou quando aplicava sentenças judiciais aos criminosos. Atrás deste pátio havia outros pátios e passagens, até ao centro do complexo onde vivia o rei e recebia os seus conselheiros e nobres mais próximos.

Ngola custumava estar sentado entre os seus cortesãos bebendo vinho de palmeira por um chifre que ele enchia com que retirava de uma cabaça grande. Ser convidado a beber vinho com o rei era a maior honra.


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